quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Moral e Ética: Dois Conceitos de Uma Mesma Realidade

A confusão que acontece entre as palavras Moral e Ética existem há muitos séculos. A própria etimologia destes termos gera confusão, sendo que Ética vem do grego “ethos” que significa modo de ser, e Moral tem sua origem no latim, que vem de “mores”, significando costumes.

Esta confusão pode ser resolvida com o esclarecimento dos dois temas, sendo que Moral é um conjunto de normas que regulam o comportamento do homem em sociedade, e estas normas são adquiridas pela educação, pela tradição e pelo cotidiano. Durkheim explicava Moral como a “ciência dos costumes”, sendo algo anterior a própria sociedade. A Moral tem caráter obrigatório.

Já a palavra Ética, Motta (1984) defini como um “conjunto de valores que orientam o comportamento do homem em relação aos outros homens na sociedade em que vive, garantindo, outrossim, o bem-estar social”, ou seja, Ética é a forma que o homem deve se comportar no seu meio social.

A Moral sempre existiu, pois todo ser humano possui a consciência Moral que o leva a distinguir o bem do mal no contexto em que vive. Surgindo realmente quando o homem passou a fazer parte de agrupamentos, isto é, surgiu nas sociedades primitivas, nas primeiras tribos. A Ética teria surgido com Sócrates, pois se exigi maior grau de cultura. Ela investiga e explica as normas morais, pois leva o homem a agir não só por tradição, educação ou hábito, mas principalmente por convicção e inteligência. Vásquez (1998) aponta que a Ética é teórica e reflexiva, enquanto a Moral é eminentemente prática. Uma completa a outra, havendo um inter-relacionamento entre ambas, pois na ação humana, o conhecer e o agir são indissociáveis.

Enfim, Ética e Moral são os maiores valores do homem livre. Ambos significam "respeitar e venerar a vida". O homem, com seu livre arbítrio, vai formando seu meio ambiente ou o destruindo, ou ele apóia a natureza e suas criaturas ou ele subjuga tudo que pode dominar, e assim ele mesmo se torna no bem ou no mal deste planeta. Deste modo, Ética e a Moral se formam numa mesma realidade.

Ética e política

A crise política sem fim e sem precedentes sugere algumas reflexões sobre o problema da ética na política. Nenhuma profissão é mais nobre do que a política porque quem a exerce assume responsabilidades só compatíveis com grandes qualidades morais e de competência. A atividade política só se justifica se o político tiver espírito republicano, ou seja, se suas ações, além de buscarem a conquista do poder, forem dirigidas para o bem público, que não é fácil definir, mas que é preciso sempre buscar. Um bem público que variará de acordo com a ideologia ou os valores de cada político, mas o qual se espera que ele busque com prudência e coragem. E nenhuma profissão é mais importante, porque o político, na sua capacidade de definir instituições e tomar decisões estratégicas na vida das nações, tem uma influência sobre a vida das pessoas maior do que a de qualquer outra profissão.

A ética da política, porém, não é a mesma ética da vida pessoal. É claro que existem princípios gerais, como não matar ou não roubar, mas entre a ética pessoal e a ética política há uma diferença básica: na vida pessoal deve-se esperar que cada indivíduo aja de acordo com o que Max Weber chamou a ética da convicção, ou seja, a ética dos princípios morais aceitos em cada sociedade já na política prevalece a ética da responsabilidade.

A ética da responsabilidade leva em consideração as consequumlências das decisões que o político adota. Em muitas ocasiões, o político é obrigado a tomar decisões que envolvem meios não muito nobres para alcançar os objetivos públicos. O político, por exemplo, não tem alternativa senão fazer compromissos para alcançar maiorias.

O político deve agir de acordo com a ética da responsabilidade, porque essa é a única ética compatível com o espírito republicano. Um grande número de políticos, porém, não age de acordo com ela. Muitos agem imoralmente como temos visto nesta crise. Sugiro que, adotando os critérios anteriores, há três tipos de imoralidade na política: imoralidade quanto aos meios, quanto aos fins, e quanto aos meios e aos fins.


Quando pensamos nos principais responsáveis pela atual crise moral, o que vemos é que poucos foram imorais apenas em relação aos meios, utilizando meios condenáveis como a corrupção e o suborno, mas se mantendo fiéis a seus valores. A maioria é constituída de políticos que traíram todos os seus compromissos e passaram a adotar políticas econômicas que até o dia anterior criticavam acerbamente. Não agiram de acordo com a ética da responsabilidade ou mesmo com a ética de Maquiavel, mas de acordo apenas com seu interesse em se compor com os poderosos ou com os que pensam serem os poderosos aqui e no exterior. Seu único objetivo era e continua a ser sua permanência no poder. Um desses políticos acabou de perder o poder em um dos episódios mais lamentáveis de nossa história o outro continua a fazer campanha como se não fosse responsável por nada. Esse tipo de política, porém, tem vida curta nas democracias.

ADOLESCÊNCIA - A Ética do Cuidado

A adolescência para Winnicott é uma fase de crescimento normal que compreende a puberdade e suas inerentes mudanças sexuais, bem como a busca do adolescente em tornar-se adulto. Inclui a socialização, o que não significa adaptação ou conformidade. O indivíduo maduro é capaz de se identificar com as figuras parentais e com alguns aspectos da sociedade sem submeter-se ou prejudicar sua singularidade. Normalmente assume a responsabilidade de manter ou alterar o que a geração anterior deixou. (Winnicott, 1983).

Trata-se de um período de descoberta pessoal e do empenho em uma experiência vital para o jovem: o estabelecimento de sua identidade. Geralmente há um quadro confuso, em que ocorre a oscilação entre dependência e arrogância em relação aos pais e à sociedade. A espera pelas mudanças da puberdade exerce uma pressão sobre todos os adolescentes. Eles dependem do processo inato de crescimento, e, nesse sentido, são passivos. O adolescente ainda tem à disposição as técnicas dos adultos. A menina que antes sonhava em ter o bebê da mãe, agora pode engravidar ou prostituir-se. O menino que sonhava em matar o pai, agora pode fazê-lo. Podem agora se suicidar.

Na adolescência saudável será que também há deprivação? Winnicott diz que há, mas não de uma forma suficientemente forte para sobrecarregar as defesas e levar às atuações. Porém, no grupo que o adolescente encontra para se identificar, membros extremos atuam pelo grupo todo. A conduta anti-social tem que estar contida neste grupo. A atuação de alguém do grupo faz com que os outros participem para se sentirem reais. Todos apoiarão quem cometeu o ato, apesar de não aprovar o que ele fez. Esse princípio se aplica ao uso de outros tipos de doenças, como por exemplo, o suicídio.




“Os adolescentes, tipicamente, tendem a testar todas as medidas de segurança, regras e disciplinas. Assim, é normal que as crianças encarem a segurança como um dado básico. Por terem recebido dos pais um cuidado adequado na primeira infância, acreditam que as coisas devam ser assim. Carregam consigo um sentido de segurança que é a todo momento reforçado pelos testes que aplicam aos pais, aos familiares, aos professores e colegas e a toda pessoa que conhecem. Tendo encontrado todas as fechaduras trancadas, procedem a destrancá-las e a abrir as portas; e repetidamente lançam-se para fora(burst out) . Ou como alternativa, enrodilham-se na cama, sentindo-se fúteis (futile) e ouvindo discos de blue jazz.
Por que cabe aos adolescentes especialmente empreender tais testes?

A resposta parece ser que os adolescentes começam a encontrar a si próprios uma nova gama de sentimentos fortes e até amedrontadores, e desejam verificar se os controles externos ainda estão de pé. Mas, ao mesmo tempo, querem provar serem capazes de romper controles e estabelecer a si próprios como pessoas autônomas... Aos poucos, e com o tempo, o crescimento verdadeiro confere à criança ou ao adolescente um sentido de responsabilidade, sobretudo daquela responsabilidade ligada à provisão de condições adequadas de segurança às crianças de uma geração mais nova”.

No mundo globalizado *

A história humana, ao longo de sua evolução, passou por uma série de estágios que mudou o próprio homem, assim como sua cultura e seus costumes. Logo, também mudou a sua ética. Nesse contexto, a realidade atual, era globalizada, enfrenta desafios e problemas ocasionados pelas novas variáveis que surgiram no sistema, seja a globalização do individualismo, a hegemonia do econômico e da propriedade privada ou o choque de civilizações, culturas e costumes, ocasionado pelas movimentações humanas no planeta. Todos esses casos desafiam o comportamento ético, a responsabilidade social e o exercício profissional na atualidade, pois impõe a necessidade de escolher entre o humano e o lucro, entre o certo e o rentável, etc. Esses são os dilemas impostos por um sistema que por sua própria natureza é anti-ético, pois vive da exploração humana, da apropriação de recursos públicos e da privatização de conhecimentos acumulados pela humanidade ao longo de sua história.


"O primeiro é a globalização do conhecimento nobre especificamente ético-social, que aninha não só na cultura ocidental, mas nas principais culturas da Terra e até no íntimo das culturas mais pobres e primitivas. O segundo movimento é o desabamento das estruturas ultrapassadas e corruptas. Hoje não se admitem mais o desvio de recursos públicos, o suborno, o crime organizado por máfias ou estadistas. Ao igual, tornaram-se insustentáveis as discriminações raciais, da mulher, dos fracos, das etnias, das castas, das classes, etc. Tudo isso não se suporta mais e desmorona por si só, abrindo passo à ética global."

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Ética: valores morais e princípios sociais

A palavra ética é uma das mais confusas, muitas pessoas sabem mas mesmo assim vivem se perguntando o que é ética?
Percebi que ética é mais umas das coisas difíceis de se explicar e também tem a questão, o que é ética para alguns para outros acaba não sendo.
O que é Ética?
Segundo o dicionário Michaelis ética é:
Parte da Filosofia que estuda os valores morais e os princípios ideais da conduta humana. É ciência normativa que serve de base à filosofia prática.
Mas pensando bem acho que ética vai muito de cada pessoa.
É ético roubar um frango para matar a fome?
É ético roubar algo de muita importância para um filho?
Ocorre que em muitas situações o que é ética em um momento acaba não sendo em outro.
Ética é o conceito que cada um de nós acreditamos que seja a forma certa de se agir em um determinado momento.
Se em nossa cabeça estamos fazendo a coisa certa, aquilo é ética para nós.




A ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não são fáceis de explicar, quando alguém pergunta.
Mas também chamamos de ética a própria vida, quando conforme aos costumes considerados corretos. A ética pode ser o estudo das ações ou dos costumes, e pode ser a própria realização de um tipo de comportamento. No entanto deveria chamar-se uma ciência normativa.
A ética se distingue de outros ramos do saber, ou de outros estudos de comportamentos humanos, como o direito, a teologia, a estética, a psicologia, a história, a economia e outros. /
É claro que, de qualquer maneira, a ética tem pelo menos também uma função descritiva: precisam procurar conhecer, apoiando-se em estudos de antropologia culturais e semelhantes aos costumes. Os costumes das diferentes épocas e dos diferentes lugares. Mas ela não apenas retrata os costumes: apresenta também algumas teorias, que não se identificam totalmente com as formas de sabedoria que geralmente concentram os ideais de cada grupo humano. A ética tem sido também uma reflexão teórica.

O sábio não é, então, um cientista teórico, mas um homem virtuoso ou que busca a vida virtuosa e que assim consegue estabelecer, em sua vida, a ordem, a harmonia e o equilíbrio que todos desejam. A Dialética e Virtude devem andar juntas, pois a dialética é o caminho da contemplação das idéias e a virtude é esta adequação da vida pessoal às idéias supremas.

CONCLUSÃO
Refletir sobre a ética é contribuir para aumentar a reflexão sobre a ação humana, tornando-nos mais sensíveis e mais sensatos, porque ela nos aproxima da realidade e nos torna mais conscientes das ações que praticamos em qualquer espaço da nossa vida.
Sócrates, Platão e Aristóteles foram alguns dentre os importantes filósofos gregos que queriam dar respostas sobre a melhor forma de o homem viver e morrer. Passaram à vida tentado responder o que é a felicidade e qual a melhor maneira de alcançá-Ia.